Miguel - Pimpolho de Nhonhô
Um dia, bem distante de mim, fui menino assim, lindo e olhos de fogo-pagou! Pulei corda, tomei banho no voo da morte, tirei espinhos e mexi nos ninhos de passarinhos (...)!
Pitei fumo de cócoras, fiz gaiola e montei à porca do caipora... Meu Deus! Duas jabuticabas são teus olhos! É um quatí mococa. Domingo, pesquei sem molinete e sorri dormindo!
Estourei pipôcos e atirei pedras em redemoins. Cravim, cheiro de jasmim, não me olhe assim menino lindo!!! Parece um gafanhoto da couve-flor, num galho de alecrim (...)!
Peguei mocó na toca, feri a mão na corda. Um tico na perdiz me fez feliz! Não minta pra não crescer o nariz! Saia da maloca e me finque os olhos, que te ensino o bom caminho!
Pimpolho, sem choro!!! Daqui a pouco eu vou te ver de novo. Vou te levar prum rio de flores, te dar Amor e te banhar de cheiro sim, até fazer você sorrir pra mim, sem fim (...)!
E é assim meu menino: "cem por cento de nada é bem pior que um no bolso"! Brinquei com primos e namorei às primas... Se tu me pede eu faço e se me manda eu vou, sorrindo!
Vou fazer você cheirar rapé, morder um catolé, andar de bicicleta e te fazer subir a pé o morro do celadim! Enfim, prove ser homenzinho, meta a mão na loca e fure o olho d'um surubim (...)!